Hattie McDaniel - A mulher que desafiou Holywood no Oscar

Flávio
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Hattie McDaniel foi uma atriz e cantora dos Estados Unidos, a primeira afro americana à ganhar um Prêmio do Oscar, e em 1940 a primeira afro americana ganhadora do Oscar a que se dedicou um selo postal do governo dos Estados Unidos. Hattie conta também com duas estrelas na Calçada da Fama de Holywood, por suas contribuições radiofônicas e cinematográficas.
Mesmo assim, é também uma das pioneiras dos movimentos afro americano, chegando a desafiar as convenções e injustiças da época. Foi uma das figuras mais queridas de Hollywood, frequentemente com papel de personagens de uma boa criada, experta e solidária.
Quando ela criticou por somente trabalhar em papéis somente de empregada doméstica contestou: “Prefiro trabalhar de servente e ganhar 700 dólares semanais que ser uma servente e ganhar 7 dólares”.

Hattie McDaniel Filmes



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O filme “E o vento levou” a converteu na primeira atriz afro americana a ganhar um Oscar, mas também fez papéis em vários personagens de criada sarcástica e fez que muitos de sua raça nela uma pessoa a seguir. 


Para eles, não era aceitável que um negro fizesse o que Hollywood quisesse, somente os via como negros humoristas, complementos inócuos dos protagonistas de suas histórias; Mais Mammy, uma espécie de mãe postiça para a egoísta Escarlata O’Hora, era muito mais que isso. E Hattie McDaniel também.

Hattie McDaniel nasceu no Kansas, em 1893 era filha dos antigos escravos, McDaniel sempre deixou claro:
Preferia usar seu talento do que esfregar o chão. Quando adolescente, entrou no cenário para formar parte do grupp de vodevil formado por dois de seus treze irmãos.
Aquela era a forma de espetáculo favorita da Hattie McDaniel no início do século XX e McDaniel não duvidaram e ganhar dinheiro para ajudar em casa.
O espetáculo não durou muito e a pobreza, somada a Grande Depressão em 1929 nos Estados Unidos, a fez se mudar para Milkwakee.

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No início dos anos 30, Hattie entrou em um Holywood tão segregado como estava o país inteiro. Os filmes não podiam sugerir relações inter-raciais, os atores de cor jamais eram protagonistas e até os beijos tinha uma duração estipulada. Antes que o mesmíssimo David O’Selznick a elegesse para sua produção mais ambiciosa, “E o vento levou”, Hattie McDaniel teve que o chão em filmes. Depois ser eleita para o repartimento “Não sou um anjo”, filme protagonizado pela Mae West, começou a esfregar antes as câmeras. Nos anos 30, a atriz encarnou a dezenas de criadas divertidas em filmes como “A pequena coronel (com a Shirley Temple) ou “Sonhos de juventude” (ao lado de Katharine Hepburn).
Contora, compositora e mulher do mundo, tiveram que se conformar com trabalhos de pele de personagens que não estavam a altura de seu talento.
Como Mammy em 1939 demonstrou uma sabedoria na frente das câmeras impossível de esquecer. A cena na qual com dor ela sobe a escada da casa Rhett e Escarlata enquanto  lhe conta a Melania (Olivia de Havilland) muitos que estão sofrendo pela morte de sua filha é um exemplo de qualidade interpretativa.

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Pouco meses depois de sua complicada rodagem, "E o vento levou, estreou em Atlanta, cidade do sul e onde era o foco do racismo e do Klu Klux Klan. Quando Clark Gable, protagonista da super produção, descobriu que McDaniel não havia sido convida à premiação, ameaçou como não assistir e também, foi a própria Hattie, sempre conciliadora, na qual convenceu a ele fazer o contrário. Durante aqueles meses nos quais o "E o vento levou" batia recordes (e até hoje segue sendo o filme com maior numero de espectadores do cinema), Hattie suportou os ataques de organizações afro americanas que vinha indigno o personagem de Mammy. A NAACP e outros grupos liberais afro americanos pressionaram a Holywoord terminasse com os problemas estereotipados. A academia, por tanto, lhe deu um Oscar à melhor atriz secundária em fevereiro em 1940.

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 Aquela foi uma noite histórica, pois a primeira de sua raça a receber um Oscar. 
"Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, Membros da Indústria Cinematográfica e Convidados de Honra: Este é um dos momentos mais felizes da minha vida e quero agradecer a cada um de vocês que participou da seleção de mim para um de seus prêmios por sua gentileza. Ele me fez sentir muito, muito humilde, e eu sempre o considerarei um farol para qualquer coisa que eu possa fazer no futuro. Espero sinceramente que seja sempre um crédito para minha carreira e para a indústria cinematográfica.
Meu coração está cheio demais para dizer como me sinto, e posso agradecer a você e que Deus a abençoe", 
disse entre lágrimas. Alguns meios asseguraram que o discurso ela nem sequer pode escrever e foi algo imposto. O certo é que teve que sanar, como uma paria, os assentos atrás do teatro, longe das estrela como sua companheira Vivien Leigh o James Stewart, também dominados naquela noite. Na Califórnia segregada não se podia permitir outra coisa. Enquanto muitas de sua classe estavam limpando aquela lugar, ela foi lá, como uma convidada. E com isso se tinha que conformar.


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Conforme passaram os anos, Hattie seguiu fazendo história. Anos depois de seu Oscar, foi a primeira afro americana à ter seu próprio programa de rádio. Sua vida sentimental, além disso, deu lugar a história de superação. Em Hollywood se insinua que manteve uma relação íntima com Talullah Bankhead e em livros como "Savo a Holywood" se inclui no celebre Círculo da Costura, expressão que serviu para catalogar ao grupo de lésbicas de Holywood. 
Nem uma coisa nem outra estão documentadas apesar ue, com toda probalidade, Hattie foi uma mulher livre e sem preconceito em sua sexualidade. O que se sabe a ciência certa é que teve quatro maridos. O primeiro deles, Howard Hickman, à deixou viúva com apenas 24 anos. O segundo, Georde Lanford, morreu de um disparo. Depois veio o terceiro, James Lloyd Crawford, com o qual sofreu uma falsa gravides que a levou a sofrer depressão severa. E o quarto, um decorador de interiores chamado Larry Willians, não teve piedade na hora de tentar boicotear seu trabalho na rádio. Somente estiveram casados cinco meses.
Na epóca de seu quarto divórcio, Hattie sofreu um infarto que a levou de urgência ao hospital. Passava o ano de 1950, embora se livrasse daquele problema de saúde, não pode fazer o mesmo quando lhe detectou um câncer de mama. Seu programa radiofônico. "The Beulah Show" foi cancelado aos poucos meses de começar sua emissão. A atriz morreu em 26 de outubro de 1952, com apenas 57 anos e sem um dinheiro. Apesar de que deixou seu desejo de ser enterrada de ser enterradas no famoso cemitério Hollywood Forever no qual reposam dezenas de estrelas, o cemitério não lhe permitiu, já que não aceitava pessoas negras nesse cemitério. 
Décadas mas tarde, em 1999, nesse mesmo lugar se erigiu uma placa para homenageá-la e o Governo dos Estados Unidos lhe dedicou uma selo postal para reconhecer seu valor.
Embora tiver morrido sem ver os avanços dos direitos dos afro americanos, o que alguma vez a conheceram ou viram seus filmes constataram um fato: apesar de seus personagens de criada, Hattie McDaniel contribuiu em fazer do cinema um espaço mais inclusivo e de seu país um lugar muito melhor.

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