Biografia de Carlos Drummond de Andrade

Biografia do Carlos Drummond de Andrade

Drummond nasceu na cidade de Itabira, em Minas Gerais. Sua memória dessa cidade viria a permear parte de sua obra. Seus antepassados, tanto do lado materno como paterno, pertencem a famílias de há muito tempo estabelecidas no Brasil. Posteriormente, foi estudar no Colégio Arnaldo, em Belo Horizonte, e no Colégio Anchieta, dos jesuítas, em Nova Friburgo.Formado em farmácia pela Universidade Federal de Minas Gerais,[6] com Emílio Moura e outros companheiros, fundou "A Revista", para divulgar o modernismo no Brasil.
Em 1925, casou-se com Dolores Dutra de Morais, com quem teve dois filhos, Carlos Flávio, que viveu apenas meia hora(e a quem é dedicado o poema "O que viveu meia hora", presente em Poesia completa, Ed. Nova Aguilar, 2002), e Maria Julieta Drummond de Andrade.
No mesmo ano em que publica a primeira obra poética, "Alguma poesia" (1930), o seu poema Sentimental é declamado na conferência "Poesia Moderníssima do Brasil", feita no curso de férias da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, pelo professor da Cadeira de Estudos Brasileiros, Dr. Manoel de Souza Pinto, no contexto da política de difusão da literatura brasileira nas Universidades Portuguesas. Existe colaboração de sua autoria no semanário Mundo Literário  (1946–1948). Durante a maior parte da vida, Drummond foi funcionário público, embora tenha começado a escrever cedo e prosseguisse escrevendo até seu falecimento, que se deu em 1987 no Rio de Janeiro, doze dias após a morte de sua filha.[ Além de poesia, produziu livros infantis, contos e crônicas. Sua morte ocorreu por infarto do miocárdio e insuficiência respiratória.
Em 1987, meses antes de sua morte, a escola de samba Mangueira o homenageou no Carnaval com o enredo "O Reino das Palavras", sagrando-se campeã do Carnaval Carioca naquele ano.

Drummond e o modernismo brasileiro

Drummond, como os modernistas, segue a libertação proposta por Mário de Andrade e Oswald de Andrade; com a instituição do verso livre, mostrando que este não depende de um metro fixo. Se dividirmos o modernismo numa corrente mais lírica e subjetiva e outra mais objetiva e concreta, Drummond faria parte da segunda, ao lado do próprio Oswald de Andrade.

Drummond e o modernismo brasileiro


Quando se diz que Drummond foi o primeiro grande poeta a se afirmar depois das estreias modernistas, não se está querendo dizer que Drummond seja um modernista. De fato, herda a liberdade linguística, o verso livre, o metro livre, as temáticas cotidianas.
Mas vai além. "A obra de Drummond alcança — como Fernando Pessoa ou Jorge de Lima, Herberto Helder ou Murilo Mendes — um coeficiente de solidão, que o desprende do próprio solo da história, levando o leitor a uma atitude livre de referências, ou de marcas ideológicas, ou prospectivas", afirma Alfredo Bosi (1994).
Affonso Romano de Sant'ana costuma estabelecer a poesia de Carlos Drummond a partir da dialética "eu x mundo", desdobrando-se em três atitudes:

carlos drummond de Andrade


Eu igual ao mundo — abrange a poesia metafísica
Sobre a poesia política, algo incipiente até então, deve-se notar o contexto em que Drummond escreve. A civilização que se forma a partir da Guerra Fria está fortemente amarrada ao neocapitalismo, à tecnocracia, às ditaduras de toda sorte, e ressoou dura e secamente no eu artístico do último Drummond, que volta, com frequência, à aridez desenganada dos primeiros versos: A poesia é incomunicável / Fique quieto no seu canto. / Não ame.Muito a propósito da sua posição política, Drummond diz, curiosamente, na página 82 da sua obra "O Observador no Escritório", Rio de Janeiro, Editora Record, 1985, que "Mietta Santiago, a escritora, expõe-me sua posição filosófica: Do pescoço para baixo sou marxista, porém do pescoço para cima sou espiritualista e creio em Deus." No final da década de 1980, o erotismo ganha espaço na sua poesia até seu último livro.

Obras Literária

Poesia/Crônica
Alguma Poesia (1930)
Brejo das Almas (1934)
Sentimento do Mundo (1940)
José (1942)
A Rosa do Povo (1945)
Novos Poemas (1948)
Claro Enigma (1951)
Fazendeiro do Ar (1954)
Viola de Bolso (1955)
A Vida Passada a Limpo (1959)
Lição de Coisas (1962)
Versiprosa (1967)
Boitempo (1968)
A Falta que Ama (1968)
Nudez (1968)
As Impurezas do Branco (1973)
Menino Antigo (Boitempo II) (1973)
A Visita (1977)
Discurso de Primavera e Algumas Sombras (1977)
O marginal Clorindo Gato (1978)
Esquecer para Lembrar (Boitempo III) (1979)
A Paixão Medida (1980)
Caso do Vestido (1983)
Corpo (1984)
Eu, Etiqueta (1984)
Amar se Aprende Amando (1985)
Poesia Errante (1988)
O Amor Natural (1992)
Farewell (1996)
Os Ombros Suportam o Mundo (1935)
Futebol a Arte (1970)
Naróta do Coxordão (1971)
Da Utilidade dos Animais
Elegia (1938)
Antologia poética
Poesia até Agora (1948)
A Última Pedra no meu Caminho (1950)
50 Poemas Escolhidos pelo Autor (1956)
Antologia Poética (1962)
Seleta em Prosa e Verso (1971)
Amor, Amores (1975)
Carmina Drummondiana (1982)
Boitempo I e Boitempo II (1987)
Minha Morte (1987)
Infantis
O Elefante (1983)
História de Dois Amores (1985)
O Pintinho (1988)
Rick e a Girafa [13]
Prosa
Confissões de Minas (1944)
Contos de Aprendiz (1951)
Passeios na Ilha (1952)
Fala, Amendoeira (1957)
A Bolsa & a Vida (1962)
A Minha Vida (1964)
Cadeira de Balanço (1966)
Caminhos de João Brandão (1970)
O Poder Ultrajovem e mais 79 Textos em Prosa e Verso (1972)
De Notícias & Não-notícias Faz-se a Crônica (1974)
70 Historinhas (1978)
Contos Plausíveis (1981)
Boca de Luar (1984)
O Observador no Escritório (1985)
Tempo Vida Poesia (1986)
Moça Deitada na Grama (1987)
O Avesso das Coisas (1988)
Auto-retrato e Outras Crônicas (1989)
As Histórias das Muralhas (1989)

Fonte: Wikipedia