Natalie Wood nasceu em 20 de julho de 1938, em San Francisco, Califórnia, com o nome de Natalia Nikolaevna Zakharenko. Filha de imigrantes russos, seu pai, Nikolai Zakharenko, era operário e sua mãe, Maria Zudilova, era uma mulher rígida e sonhadora, que acreditava firmemente que a filha estava destinada à fama. Desde muito cedo, Maria incentivou e até pressionou Natalie a entrar no mundo do espetáculo, levando-a a testes e sessões de fotos ainda na primeira infância.
O nome artístico “Natalie Wood” foi escolhido pelos estúdios para facilitar sua pronúncia para o público americano.
Na vida pessoal, Natalie foi marcada por uma luta constante entre a busca por uma vida comum e a pressão da fama precoce. Ela cresceu praticamente nos estúdios, tendo a infância moldada por contratos e filmagens. Teve relacionamentos afetivos complexos e muito expostos pela mídia.
Aos 18 anos, casou-se com o ator Robert Wagner, que na época era um dos galãs mais populares de Hollywood. O casamento, considerado um conto de fadas pela imprensa, terminou em divórcio em 1962, mas os dois voltariam a se casar em 1972, após passarem anos separados. Entre esses períodos, Natalie teve outros relacionamentos, incluindo um casamento com o produtor Richard Gregson, com quem teve sua primeira filha, Natasha. Com Robert Wagner, teve sua segunda filha, Courtney. Ela era muito dedicada à maternidade e frequentemente dizia que suas filhas eram sua maior conquista. Apesar da fama e dos compromissos, Natalie tentava manter uma vida doméstica equilibrada, sendo descrita por amigos como uma mulher gentil, sensível e inteligente. Porém, também sofria com inseguranças, medos profundos — especialmente com a água, ironicamente — e questionamentos sobre seu lugar no mundo fora das câmeras.
No campo profissional, Natalie Wood teve uma trajetória brilhante e multifacetada. Estreou no cinema com apenas cinco anos e rapidamente se tornou uma das estrelas mirins mais queridas de Hollywood. Seu papel de destaque em Miracle on 34th Street, de 1947, a projetou como atriz infantil de talento incomum. Com o passar dos anos, ela conseguiu o que poucas atrizes mirins conseguiram: transitar com sucesso para papéis adultos. Em 1955, atuou em Rebel Without a Cause ao lado de James Dean, um filme icônico que lhe rendeu sua primeira indicação ao Oscar. Sua interpretação de uma jovem emocionalmente ferida refletia a profundidade emocional que ela começava a desenvolver como atriz adulta.
Durante os anos 1960, Natalie se consolidou como uma das maiores estrelas de Hollywood. Atuou em filmes que marcaram época, como Splendor in the Grass, em que viveu uma jovem sufocada por tabus sociais e sexuais. A atuação intensa lhe rendeu sua segunda indicação ao Oscar. Outro marco foi West Side Story, em que interpretou Maria, a protagonista do musical que conquistou o mundo. Embora sua voz tenha sido dublada nas partes cantadas, a interpretação dramática foi elogiada pela crítica. Continuou a brilhar em filmes como Love with the Proper Stranger, This Property Is Condemned, Inside Daisy Clover e Bob & Carol & Ted & Alice, mostrando versatilidade ao atuar em dramas psicológicos, romances e comédias sofisticadas.
Nos anos 1970, já madura, Natalie reduziu sua atividade para se dedicar à família, mas nunca abandonou completamente a atuação. Participou de algumas produções para televisão e escolhia seus projetos com mais seletividade. Seu talento continuava intacto, e seu nome era sempre tratado com respeito e admiração pela indústria cinematográfica. Em 1981, ela voltava ao cinema em Brainstorm, ao lado de Christopher Walken. Durante uma pausa nas filmagens, embarcou com o marido, Wagner, e Walken em um fim de semana em seu iate. Foi nesta ocasião que sua vida terminou de forma trágica e até hoje envolta em mistério.
Na noite de 28 de novembro de 1981, Natalie desapareceu do iate ancorado perto da Ilha de Santa Catalina. Seu corpo foi encontrado na manhã seguinte, boiando nas águas próximas. A morte foi inicialmente atribuída a um afogamento acidental, mas contradições nos depoimentos dos presentes e marcas no corpo levantaram dúvidas persistentes.
Em 2011, o caso foi reaberto, e em 2012 a causa da morte foi alterada para “afogamento e outros fatores indeterminados”. Em 2018, Robert Wagner foi oficialmente declarado “pessoa de interesse” pelas autoridades. O caso jamais foi encerrado com total clareza, e permanece como um dos maiores mistérios de Hollywood.
Natalie Wood deixou um legado profundo como atriz e como símbolo de uma geração. Em vida, foi admirada por seu talento, beleza e autenticidade. Após sua morte, tornou-se ícone de uma era de glamour e talento, mas também um lembrete trágico dos riscos e pressões que acompanham a fama desde a infância. Sua filmografia segue viva, influenciando novas gerações, e sua história continua fascinando o público não apenas por sua arte, mas pela mulher sensível, determinada e complexa que ela foi. Seu nome permanece como sinônimo de elegância, talento e intensidade emocional.
0 Comentários