Biografia Completa do Ramón Valdés – O Eterno Seu Madrugada

Biografia Completa do Ramón Valdés – O Eterno Seu Madrugada

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Ramón Esteban Gómez Valdés y Castillo nasceu no dia 2 de setembro de 1923, na Cidade do México, capital do México, em uma família numerosa e marcada por profundas raízes artísticas. Era o quarto filho de Rafael Gómez-Valdés Angellini, um homem de origem espanhola e descendente de italianos, e de Guadalupe Castillo, uma mulher simples, que dedicou a vida ao cuidado do lar e dos filhos. Desde muito cedo, Ramón e seus irmãos foram criados em um ambiente de escassez material, mas de riqueza cultural, sensibilidade e afeto.
Ramón cresceu ao lado de seus irmãos, entre eles Germán Valdés, que mais tarde se tornaria um dos maiores nomes do humor mexicano sob o nome artístico de Tin-Tán, além de Antonio Valdés (*El Ratón*) e Manuel “El Loco” Valdés. Pode-se dizer que a família Valdés foi uma verdadeira dinastia do humor e do entretenimento no México.


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Durante a infância, a vida não foi fácil. Ramón trabalhou desde muito jovem como engraxate, jornaleiro e ajudante de padaria. Apesar das adversidades, demonstrava desde cedo uma personalidade bem-humorada, resiliente, e um senso de justiça aguçado, características que mais tarde seriam transpostas para o icônico personagem Don Ramón.
Na adolescência, com a fama crescente de seu irmão Tin-Tán, Ramón começou a ter acesso ao meio artístico. Sua primeira aparição nos bastidores do cinema mexicano foi ajudando o irmão em tarefas menores. Aos poucos, começou a ser escalado como figurante em filmes de comédia musical. Atuou em mais de 70 filmes, trabalhando ao lado de nomes como Pedro InfanteResortesCantinflas, e Silvia Pinal.Sua vida mudaria para sempre ao conhecer Roberto Gómez Bolaños, o Chespirito, no início dos anos 1970. Ramón foi convidado a interpretar o personagem Don Ramón no programa “El Chavo del 8”. A identificação foi imediata: o personagem Seu Madruga (como ficou conhecido no Brasil) representava o homem comum latino-americano – pobre, trabalhador, ranzinza, mas cheio de amor e dignidade.
Seu sucesso foi gigantesco, conquistando países como Brasil, Venezuela, Peru, Colômbia e Chile. Seus bordões se tornaram parte da cultura popular. Era conhecido por frases como: “A vingança nunca é plena, mata a alma e a envenena”, “Só não te dou outra porque...”, e muitas outras.


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Fora das câmeras, Ramón era um homem simples, querido por todos no elenco. Tinha uma relação muito especial com María Antonieta de las Nieves (Chiquinha), que o via como um pai. Também era grande amigo de Carlos Villagrán (Quico). Saiu do programa em solidariedade a Villagrán, com quem continuou a fazer apresentações por toda a América Latina.
Apesar do sucesso, nunca foi movido pela fama. Ramón vivia de forma modesta, preferia a companhia dos amigos, churrascos e música popular mexicana. Era pai de dez filhos e muito ligado à família.
Na década de 1980, foi diagnosticado com câncer no estômago, que evoluiu para os pulmões. Mesmo debilitado, continuou a trabalhar e a se apresentar. Faleceu em 9 de agosto de 1988, aos 64 anos,


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cercado por familiares. Seu velório contou com a presença emocionada de Chespirito e muitos colegas.
Décadas após sua morte, o legado de Ramón Valdés permanece vivo. Documentários como “Con permisito dijo Monchito”, lançado por sua neta, mantêm sua memória acesa. Seu rosto é estampado em camisetas, murais e tatuagens. No Brasil, tornou-se um verdadeiro símbolo da cultura pop, admirado inclusive pelas novas gerações.
Ramón Valdés foi muito mais do que um ator de comédia. Ele foi a voz do povo latino-americano, um símbolo de humildade, verdade, humor e resistência. Um artista eterno.

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