O primeiro grande ator brasileiro - O ator João Caetano

Flávio
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O PRIMEIRO FAMOSO ATOR BRASILEIRO


O primeiro grande ator brasileiro


João Silveira Caetano, conhecido por João Caetano, foi um dos pioneiros atores e diretores brasileiros. João Caetano iniciou sua carreira como amador, até em 24 de abril de 1831 começou a trabalhar como profissional na obra O Carpinteiro de Livônia, após isso representou o Pedro o Grande. 
Anos depois, em 1833, João Caetano já ocupava o teatro Niterói junto com o elenco de atores brasileiros. Assim começou a Companhia Nacional João Caetano. 
Em 13 de março de 1838 interpretou o papel principal da tragédia Antônio JoséO poeta e a Inquisição, de Gonçalves de Magalhães, considerada a primeira comédia brasileira. O Juiz de Paz na Roça, de Martins Pena.
O ator desempenhava como empreendedor e provador. Autodidata na arte dramática, seu gênero favorito era a tragédia, mas chegou também a interpretar papéis cômicos. Além de atuar em várias obras, vários no Rio de Janeiro como também nas províncias, João Caetano publicou dois livros sobre a arte da interpretação: Reflexões dramáticas, de 1837, e Lições dramáticas, de 1862.


JOÃO ANTONIO NA ESCOLA DE ARTE


Em 1860, depois de uma visita ao Real Conservatório da França, João Caetano organizou uma escola de arte dramática no Rio de Janeiro, na qual o ensinamento era completamente gratuito. Além disso, promoveu a criação de um jurado dramático, para premiar a produção nacional. Foi o proprietário absoluto da cena teatral brasileira em sua época.
O investigador, J. Galante de Sousa (O Teatro no Brasil, vol. I) considerada o ator, "estudioso dos problemas de arte da interpretação, e dotado de uma verdadeira intuição artística, reformou por completamente a arte dramática no Brasil".
Antes de João Caetano, a reclamação era uma espécie de canção monótona, como uma ladainha. Também segundo J. Galante, "João Caetano substituiu essa canção por uma declamação expressiva, com inflexões e tons apropriados, ensinou a representação natural, chamou a atenção sobre a importância da respiração e mostrou que o ator deve estudar o caráter do personagem que está encarnando, tentando imitar, não igualar, a natureza", João Caetano - "O Mestre Aprendiz do Teatro Brasileiro".


Ator João Caetano - um dos primeiros atores brasileiro


 João Caetano criou um perfil para o ator brasileiro, tendo sido um ator excepcional, dentro e fora do palco. Converteu-se em um mito, um "herói cultural", através de sua dedicação e trabalhou. Nunca um ator foi mais biografado no Brasil que João Caetano.

A carreira de João Caetano abriu um amplo mundo de possibilidades, em um momento que as condições do teatro no Brasil eram muito precárias, tanto desde o ponto de vista do repertório, majoritariamente composto por traduções duvidosas, qualidade e fidelidade, como desde o ponto de vista da produção. 
Somente é lembrado que os teatros principais do Rio de Janeiro, nesse momento, foram queimadas três vezes em 50 anos. 
Foi Teatro São João, depois São Pedro de Alcântara, Constitucional Fluminense e novamente São Pedro, seguindo as vicissitudes políticas do império.
Foi demolido nesse século para dar lugar ai atual João Caetano.

 

JOÃO CAETANO E A CARREIRA NO TEATRO BRASILEIRO

 
João Caetano no Teatro

João Caetano partiu do nada, quase do zero absoluto. Foi um cantor que se iniciou em um país que também estava dando seus primeiros passos, onde tudo era virgem, desde o teatro até a nacionalidade. O leitor que tinha em mente devia ser principalmente o mesmo, já que ninguém necessitava mais lições que esse aprendiz improvisado como professor.
João Caetano tinha certa semelhança com Napoleão Bonaparte, o que devia ajudar em sua carreira, embora a maneira secundária. De alguma maneira essa semelhança deveria mobilizar a imaginação dessa época, já que a França era o modelo de civilização e história de as pessoas desejava a seguir. Era cadete, tendo servido na guerra da Cisplatina. Essa experiência no campo de batalha certamente o ajudou, segundo o reconhecimento das críticas de seus contemporâneos, nas construções de cenários militares, que foram uma dos pontos para o êxito. Além disso, sempre via a vida teatral como um campo de batalha, onde lutou tanto pelas idéias como pelo espaço. João Caetano se lembrava do fato de que esteve a ponto de enforcar sua companheira no palco para justificar a idéia de que o ator nunca pode deixar-se se levar pelo papel.
João Caetano foi um homem de educação e decoro clássico. Nesses termos conseguiu sua atividade como ator e suas reflexões sobre ela. Já em 1838. Recebeu uma medalha de bronze consagrando-se como o  Talma Brasileiro, comparando-se como um ator de linhagem clássica. Portanto, o que encantou ao público foram os seus arroubos, tocando pelos entusiasmos, em definitivo, foi o demônio ou gênio romântico que pulou entro o equilíbrio de sua inspiração clássica.

 

A PRIMEIRA COMPANHIA DE ATORES DO BRASIL      


Teatro João Caetano

Teatro Municipal João Caetano


João Caetano foi uma espécie de factoum no teatro brasileiro. Foi um ensaiador, diretor e empresário, além de ator. Nesse momento, o número de atores alfabetizados não era muito grande. Poucos também foram capazes de ter uma visão global do fenômeno teatral, desde o texto ao cenário e desde a bilheteria as bastidor.
Em 1833, João Caetano já organizava sua própria companhia constituindo com a primeira companhia de atores nacionais, algo que sempre presumiu seu estilo muito vaidoso. Tinha em conta que tudo era muito precário, no Brasil, e no teatro.
Em algumas cidades tinha casas de representações pobres, em outras choças ou plataformas improvisadas, no melhor dos casos. Nos finais do século XVIII e princípios do século XIV, não era rara que os atores foram ex-escravos, dedicados, mais sem formação.
As mulheres nas cenas eram escassas e tinha fama de libertinas, depois do edito, de D. Maria I que proibia representar. Frequentemente eram substituídos por atores masculinos, com resultados visíveis: existia uma Julieta, em Minas Gerais, com tranças loiras e de pele escura, voz de homem e grande envergadura. As assembléias aconteceram rapidamente, com peças mal traduzidas, mal ensaiadas e muitas vezes, por tanto, mal representadas.
Para afrontar essa situação, João Caetano preconizava por uma combinação da Comedie Française com o tradicional da corte portuguesa, que D. João tinha trazido ao Brasil. Não tinha em mente a imagem de um estado paternalista em relação com as artes, imagem que depois foi comum no Brasil. Imaginou algo mais simples, um patrocínio em sentido estrito, uma espécie de proteção ilustrada.
Isso não era novo no universo intelectual brasileiro. João Caetano conseguiu realizar seu ideal de teatro em partes. Finalmente se entrega São Pedro, junto com um subsidio de primeiro, dos contos de reis por mês, depois três, depois quatro. Desde ali reinou sobre a audiência mais numerosa na corte, que, ironicamente, era majoritariamente portuguesa naturalizada.

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