O PRIMEIRO FAMOSO ATOR BRASILEIRO
JOÃO ANTONIO NA ESCOLA DE ARTE
Em 1860, depois de uma visita
ao Real Conservatório da França, João Caetano organizou uma escola de arte
dramática no Rio de Janeiro, na qual o ensinamento era completamente gratuito.
Além disso, promoveu a criação de um jurado dramático, para premiar a produção nacional.
Foi o proprietário absoluto da cena teatral brasileira em sua época.
O investigador, J.
Galante de Sousa (O Teatro no Brasil, vol. I) considerada o ator,
"estudioso dos problemas de arte da interpretação, e dotado de uma
verdadeira intuição artística, reformou por completamente a arte dramática no
Brasil".
Antes de João Caetano, a
reclamação era uma espécie de canção monótona, como uma ladainha. Também
segundo J. Galante, "João Caetano substituiu essa canção por uma
declamação expressiva, com inflexões e tons apropriados, ensinou a
representação natural, chamou a atenção sobre a importância da respiração e
mostrou que o ator deve estudar o caráter do personagem que está encarnando,
tentando imitar, não igualar, a natureza", João Caetano - "O
Mestre Aprendiz do Teatro Brasileiro".
João Caetano criou um
perfil para o ator brasileiro, tendo sido um ator excepcional, dentro e fora do
palco. Converteu-se em um mito, um "herói cultural", através de sua
dedicação e trabalhou. Nunca um ator foi mais biografado no Brasil que João
Caetano.
JOÃO CAETANO E A CARREIRA NO TEATRO BRASILEIRO
João Caetano partiu do nada,
quase do zero absoluto. Foi um cantor que se iniciou em um país que também
estava dando seus primeiros passos, onde tudo era virgem, desde o teatro até a
nacionalidade. O leitor que tinha em mente devia ser principalmente o mesmo, já
que ninguém necessitava mais lições que esse aprendiz improvisado como
professor.
João Caetano tinha certa
semelhança com Napoleão Bonaparte, o que devia ajudar em sua carreira, embora a
maneira secundária. De alguma maneira essa semelhança deveria mobilizar a
imaginação dessa época, já que a França era o modelo de civilização e história
de as pessoas desejava a seguir. Era cadete, tendo servido na guerra da
Cisplatina. Essa experiência no campo de batalha certamente o ajudou, segundo o
reconhecimento das críticas de seus contemporâneos, nas construções de cenários
militares, que foram uma dos pontos para o êxito. Além disso, sempre via a vida
teatral como um campo de batalha, onde lutou tanto pelas idéias como pelo
espaço. João Caetano se lembrava do fato de que esteve a ponto de enforcar sua
companheira no palco para justificar a idéia de que o ator nunca pode deixar-se
se levar pelo papel.
João Caetano foi um homem de
educação e decoro clássico. Nesses termos conseguiu sua atividade como ator e
suas reflexões sobre ela. Já em 1838. Recebeu uma medalha de bronze consagrando-se
como o Talma Brasileiro, comparando-se como um ator de
linhagem clássica. Portanto, o que encantou ao público foram os seus arroubos,
tocando pelos entusiasmos, em definitivo, foi o demônio ou gênio
romântico que pulou entro o equilíbrio de sua inspiração clássica.
A PRIMEIRA COMPANHIA DE ATORES DO BRASIL
Em 1833, João Caetano já organizava sua própria companhia constituindo com a primeira companhia de atores nacionais, algo que sempre presumiu seu estilo muito vaidoso. Tinha em conta que tudo era muito precário, no Brasil, e no teatro.
Em algumas cidades tinha casas de representações pobres, em outras choças ou plataformas improvisadas, no melhor dos casos. Nos finais do século XVIII e princípios do século XIV, não era rara que os atores foram ex-escravos, dedicados, mais sem formação.
Para afrontar essa situação, João Caetano preconizava por uma combinação da Comedie Française com o tradicional da corte portuguesa, que D. João tinha trazido ao Brasil. Não tinha em mente a imagem de um estado paternalista em relação com as artes, imagem que depois foi comum no Brasil. Imaginou algo mais simples, um patrocínio em sentido estrito, uma espécie de proteção ilustrada.
Isso não era novo no universo intelectual brasileiro. João Caetano conseguiu realizar seu ideal de teatro em partes. Finalmente se entrega São Pedro, junto com um subsidio de primeiro, dos contos de reis por mês, depois três, depois quatro. Desde ali reinou sobre a audiência mais numerosa na corte, que, ironicamente, era majoritariamente portuguesa naturalizada.
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