Antônio Vicente Filipe Celestino, mas conhecido Vicente Celestino, nasceu no
Rio de Janeiro em 1894. A
rua da sua casa era a Rua do Paraíso n° 11 do bairro de Santa Tereza. Foi
um famoso cantor brasileiro da primeira metade do século XX.
Vicente Celestino foi o primeiro filho de Giuseppe Celestino e Serafina
Gammaro, imigrantes italianos da Calábria, teve onze irmãos, cinco dos quais
eram mulheres e seis homens. Cinco de seus irmãos homens se dedicaram ao canto
e outro em teatro; um exemplo foi seu irmão Amadeu Celestino.
Desde os oitos anos, devido a suas origens humildes. Celestino teve que
trabalhar como sapateiro, vendedor de peixe, vendedor de jornais, e chefe da
sessão em uma indústria de sapatos.
A CARREIRA MUSICAL DE VICENTE CELESTINO
Em 1905, aos 11 anos, Vicente Celestino
ajudou um recital de Baiano e Eduardo das Neves, no qual se deu conta de que
isso era o que queria fazer no futuro.
Depois de um tempo cantando para que quisesse escutar-lo recebeu convites para
atuar em clubes recreativos no Rio de Janeiro. Todo seu pagamento foi de 10 mil
reis por dia, foi entregado seus pais para aliviar a complicada situação
financeira da família.
INÍCIO PROFESSIONAL
GRAVAÇÕES ELÉTRICAS
Em meados da década de 1920, o sistema de
registro elétrico chegou ao Brasil para substituir o mecânico. Dizem que
Vicente Celestino teve dificuldades para se adaptar ao formato, já que sua voz
era muito potente para o equipamento naquela época; então estava gravando a 20
metros dos microfones e de costas, fazendo que sua voz sonora ficasse com
"eco", dificultando a compreensão da letra. Um engenheiro estrangeiro
foi trazido ao Brasil pela Odeón e conseguiu que Vicente Celestino cantasse com
a boca no microfone.
Sentindo-se rejeitado pela Odeón, que o colocou em uma espécie de
"expediente morto", Vicente Celestino foi para a Colômbia, onde permaneceram
uns anos e gravou algumas canções. Insatisfeito com a qualidade um disco no
qual figurava "Cabloca Serrana" de Cândido das Neves, Vicente
Celestino pediu que o produto não ia ser vendidos nas lojas, mais foi
contratado.
Depois se mudou a RCA Victor em 1935, onde receberia um salário fixo de 50 mil
réis e um adicional calculado sobre a venda de seus disco, algo novo naquela
época.
Foi o primeiro cantor brasileiro a cantar o Hino Nacional brasileiro.
Os tours no Brasil lhe fizeram
ganhar muito dinheiro e somente aumentaram sua popularidade. Na década de 1920,
reinou como ídolo da canção. Vicente Celestino teve uma das carreiras mais
lngas entre os cantores brasileiros.
Quando morreu, nas vésperas dos 74 anos, no Hotel Normandie, em São Paulo, quando
ele ia para um espetáculo com Caetano Veloso e Gilberto Gil, na famosa gafieira
"Pérola Negra", que seria gravada, para um programa de
televisão.
Na fase mecânica de gravação, fez uns 28 discos com 52 canções. Com a gravação
elétrica, em 1927. Então começaria de novo os sucessos cantados em todo o
Brasil.
Vicente Celestino, que tocava guitarra e
piano foi o compositor de muitas de suas criações. Dois deles proporcionaram
mais tarde o tema de dois filmes de grande audiência: O Ébrio de 1946, obra de
teatro que sua esposa converteu em filme; e Coração Materno de 1951, que seguiu
uma trajetória semelhante a do anterior. Neles Vicente Celestino foi dirigida
por sua esposa Gilda Abreu de 1904 - 1979, cantora, escritora, atriz e
cineasta.
Vicente Celestino ileso por todas as fases e modas, inclusive quando, a finais
dos anos 50, fiel a seu estilo, gravou "Conceição", "Creio em
Ti" e "If Everyone Were Equal to You".
Nunca saiu de Brasil e suas canções foram regravadas por grandes nomes, como
Caetano Veloso, Marisa Monte e Mutantes.
A VIDA PESSOAL DE VICENTE CELESTINO
Em 1933, enquanto atuava no burlet "A
Canção Brasileira", Vicente Celestino conheceu a contora e atriz Gilda
Abreu e ambos se casaram em 25 de setembro do mesmo ano. Gilda Liderou a carreira
de casal artístico e comercialmente, levando a Vicente Celestino ao cinema e
também a composição até então, somente interpretava peças de outros.
Em 23 de agosto de 1968, quando se preparava para gravar um programa de
televisão na TV Record, no qual seria homenageado pelo Movimento Tropicalista,
se sentiu doente em sua habitação do Hotel Normandie, em São Paulo, morrendo de
coração uns poucos minutos depois.
Seu corpo foi transladado a Rio de Janeiro, onde foi observado por uma multidão
na prefeitura e enterrado sob palmas públicas no cemitério de São João Batista
no Rio de Janeiro.
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