Rita-Hayworth-Uma-das-atrizes-mais-glamorosas-da-época-dourada-do-cinema

Margarita Carmen Cansino, mais conhecida como Rita Hayworth foi uma das atrizes mais emblemáticas e glamorosas da época de ouro do cinema americano e a maior diva de Hollywood na década de 1940.
Ocupa o lugar 19° lugar na lista do American Film Institute das maiores estrelas da Sétima Arte e foi apelidada "a deusa do amor" pela imprensa rosa de seu tempo devido a sua extraordinária beleza e a enorme atração que exercia sobre o público masculino.
Nasceu em Nova York, filha de imigrantes: seu pai era o bailarino espanhol Eduardo Cansino Reina, de origem judeu Sefardita e natural de Paradasm Sevilha, na Espanha, e sua mãe era Volga Margaret Hayworth, uma bailarina dos Ziegfield Cansinos Assens, escritor espanhol, poeta, novelista, ensaísta, critico literário, hebraísta e tradutor ao espanhol das obras completas de Goethe, Balzac, Tolstói e Dostoyevski, pertencente à geração de 1914 ou novecentismo.


INÍCIO COM BAILARINA


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Seu pai apreciava seu talento natural, porque começou sua carreira como bailarina com ele e com seu nome real, Rita Cansino - tanto Marga como Rita são os diminutivos habituais de Margarita - com 13 anos.
Ele a obrigava a fingr que era sua mulher e não sua filha, não somente na dança, já que se sabe que abusou dela sexualmente e marcou seu comportamento no futuro.
Chegou a Hollywood em 1933 como membros da Spanish Ballet e pode começar a filmar graças à ajuda do exímio compositor José Iturbi e as influências do diplomático espanhol nos Estados Unidos Lázaro Queralt.
Desde 1945 participou como atriz em papéis secundários, realizando muitos filmes de cinema B nas quais sobre tudo destacou por seus dotes para a dança e por seu distinguido aspecto.
Nesta etapa destaca o filme Charlie Chan no Egito de 1937, de Louis King, filme pertencente à saga dedicada ao célebre detetive oriental, no qual trabalhou junto a Warner Oland, que encarnava a Chan.

 

RITA HAYWORTH E A COLUMBIA PICTURES


Foi seu primeiro marido Edward Judson, com quem se casou aos dezoitos anos e apesar da oposição de seus pais, isso a fez ser lançada ao estrelato, convertendo-se em sua melhor inversão pessoal.
Judson lhe conseguiu um contrato com a Columbia Pictures, produtora que necessitava de estrelas importantes e a quem a atriz acabaria colocando entre as primeiras companhias cinematográficas, reportando a empresa milionária somente com sua presença.
"Rita Hayworth é a Columbia", disse Frank Sinatra. 
Então o Magnata da produtora, Harry Cohn, se apaixonou dela.
A pressão e as disputas por esse motivo entre a atriz e o produtor dariam muito que falar entre os profissionais da indústria, e ele esteve toda a vida obsesionado nela, que não respondeu nunca aos interesses amorosos dele.
Seu primeiro papel importante foi como atriz secundária no filme Paraíso Infernal de 1939, de Howard Hawks, o que fez que a critica cinematográfica começaria e fixar nela.
Possuía uma personalidade tímida e bondosa, ambígua entre o quente e o frio em suas relações que contrastava com sua força e enorme impacto no cinema.
Neste filme compartilhou cartaz com Cary Grant, Jean Arthur e Thomas Mitchell.
Depois filmou uma comédia junto com Brian Aherne: Protegida de Papai de 1940, de Charles Vidor. Seria no filme Gilda de 1946 em que o personagem erótico e a verdadeira Hayworth se fundiram no coletivo filmofilico. 

 

O SUCESSO DE RITA HAYWORTH


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Hayworth entrou triunfante depois dos sucessos na 20th Century Fox - companhia que anos atrás havia rejeitado Rita Hayworth - reinvidicando pelo diretor Rouben Mamoulian, para interpretar a Dona Sol no filme baseado na novela de Vicente Blasco Ibanes, Sangue e Areia de 1941, junto a Tyrone Power e Linda Darnell.
Esse filme significou seu lançamento como sex symbol, indiscutivelmente durante toda uma década.
Foi uma das maiores estrelas de sua época e na atriz melhor paga do momento.
Depois interveio em duas comédias musicais de amplo eco popular, junto a Fred Astaire: Ao Compasso do Amor de 1942, de William A. Seiter.
Esses sucessos e seu talento a levaram a protagonizar um musical já clássico, no filme Modelos de 1944, de Charles Vidor, junto com Gene Kelly e Phil Silvers, filme inovador em sua época, ao ser um dos primeiros filmes a trocar os números da dança de salão para ambientes de rua.
Nessa época filmou também Uma Louca com Açúcar de 1941, de Rauol Walsh, junto a James Cagney e Olivia de Havilland; Minha Esposa Favorita em 1942, de Irving Cummings trabalhou junto com Victor Mature e Carole Lendis, O Coração de uma Cidade em 1945, de Victor Saville, um musical que beira a comédia e o drama de tom menor, junto com Lee Bowman e Janet Blair.
 

 

RITA HAYWORTH

 

Não obstante, sua fama como mito erótico se consolidou com Gilda em 1946, de Charles Vidor, um dos maiores filmes do "film noir", no qual Rita interpreta uma das personagens femininas mais deslumbrantes da história do cinema e protagoniza duas cenas já míticas: primeiro, uma sugestiva interpretação musical de "Put the blame on Mame", com um strip-tease tão explosivo como breve - Ela só tira uma luva -, e depois um tapa.
Essas são duas imagens que foi na época considerada atrevida em alguns países, que censuraram o filme, que apesar disso conseguiu recordes de bilheteria em todo o mundo.
O tapa se converteria no mais famoso da história do cinema americano; ela deu a Rita seu casal no filme, Gleen Ford, e embora agora era questionada como exemplo de machismo, tem que declarar que em uma cena prévia Rita havia dado um tapa igual em Gleen Ford.
O filme foi um escândalo, e em países como Espanha foi considerada "gravemente perigosa" pela Igreja Católica, devido à famosa cena musical onde ela tiro a luva.
Esse filme a fez muito famosa, até o ponto que foi colocada sua imagem no teste da bomba Atômica jogada pelos Estados Unidos sobre as ilhas Bikini em 1946. 
Dado o caráter pacifista da atriz, esse fato a indignou profundamente. No entanto, Gilda fez que Rita Hayworth fosse uma das divas de Hollywood de todos os tempos.
Também ocasionou uma histérica expedição na Cordilheira dos Andes, a fim de enterrar ali uma cópia do filme, para que se conserva no caso de um desastre nuclear.
Neste momento de fama internacional também coincide com uma de suas crises no pessoal: um segundo casamento, com o célebre diretor Orson Welles, entrou em crises, e ela declarou à imprensa uma frase que deixou famosa "Todos os homens que conheço se deita com Gilda, mais se levanto comigo". 

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A sorte profissional continuava rolando em 1947 junto com seu ainda marido, o diretor Orson Welles, um filme que foi em seu dia pouco valorizado, mais que foi de enorme transcendência: A Dama de Shangái.
O filme não muito sucesso comercial porque Welles lhe cortou o cabelo, a pintou de loiro platinado, lhe deu um papel de harpia e a matou no fim do filme, isso que seu público não gostosse.
No entanto, forma parte da mitologia do cinema por sua narrativa, estilistica e ritmo, e Rita Wayworth declarou anos depois que "sabia que estávamos fazendo um clássico enquanto fazia as filmagens.".
Gilda, o papel mais importante de sua carreira, foi também o que marcou o início de seu declive como estrela de Hollywood, já que nunca conseguiu o mesmo sucesso como sex-symbol em nenhuma de seus próximos filmes.
No entanto, foi o filme que a fez ser uma atriz sempre lembrada: "Nunca houve uma mulher como Gilda", era o slogan do filme".
Outros títulos destacados de seus filmes são o filme  Carmen em 1948 e Uma Viúva em Trinidad em 195, que não conseguiram reeditar o sucesso de Gilda, apesar de repetir casal protagonista com Glenn Ford - para o escritor e cinéfilo Terenci Moix, Rita foi a melhor "Carmen" do cinema - Salomé em 1953, de William Dieterle, recriando a história bíblica, junto a Stewart Granger e Charles Laughton, Mulher de Satã em 1953, de William Somerset Maugham já adaptado para o cinema da década de 1920, Pal Joey em 1957, que foi seu último musical e único retumbante triunfo da atriz já em idade mais madurez física e interpretativa, que inclui um número que passou na história do gênero; Lábios de Fogo em 1957, de Robert Parrish, junto a Robert Mitchum e Jack Lemmon; e Vidas Separadas em 1958, de Delbert Mann, junto a Burt Lancaster, Deborah Kerr, Wendy Hiller e David Niven.

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Singular para o público hispano é a comédia O Sétimo Mandamento em 1961, onde Rita Hayworth e Rex Harrison encarna a dois ladrões que pretende roubar o Museu do Prado no quadro As execuções de Goya em 3 de maio de Goya.
Rita nunca foi nomeada aos prêmios do Óscar, mais assista ao 36.° cerimônia de tais prêmios para entregar o prêmio na melhor direção em 1964, antes de que na seguinte década começasse a ter problemas de memória.
No  final de 1960 e início de 1970 somente trabalhou em produções modestas, de filme série B, e em algumas co-produções européias, mostrando seu queda física e intelectual, já que começava a mostrar sintomas da Alzheimer, que lhe impedia de memorizar bem os roteiros.
Nessa última etapa destacam três títulos O mundo do Circo em 1964, de Henry Hathaway, junto com Jonh Wayne e Claudia Cardinale; O Heróico Lobo do Mar em 1967, de Terence Young, junto com Anthonyy Quinn e Aguirre, a Cólera dos Deuses em 1972mm de Ralph Nelson, que foi sua última interpretação.
Cuidado e acompanhada em seus últimos anos por sua filha Yasmine, Rita Hayworth caiu em coma em fevereiro de 1987. 
Morreu meses depois, em 14 de maio de 1987, aos 68 anos de idade por causa da doença de Alzheimer em seu apartamento de Manhattan.
Foi enterrada no Cemitério de Holy Cross, Culver City, na Califórnia.